Notícias Jornal de Negócios

20 mai 2024 23h08
A CGTP anunciou hoje a realização de uma semana de ação, luta e esclarecimentos, a decorrer de 20 a 27 de junho, em defesa de melhores salários, redução de horários e manutenção de direitos.

A iniciativa foi anunciada pelo secretário-geral da central sindical, Tiago Oliveira (na foto), em conferência de imprensa, após a reunião da Comissão Executiva, na sede da intersindical, em Lisboa.

Tiago Oliveira referiu que esta semana de luta, decidida pelo Conselho Nacional realizado na passada quinta-feira, terá por lema geral "aumentar salários, garantir direitos, combater a exploração e as desigualdades", e que o objetivo é fazer convergir para estes dias a realização de plenários, tribunas, concentrações e greves nos mais variados setores e em todo o país.

Questionado sobre se esta semana de luta é uma antecâmara para a convocação de uma greve geral, o secretário-geral da CGTP afirmou que as ações de luta são sempre vistas "caso a caso, momento a momento", até porque a realização de uma greve implica sacrifício para os trabalhadores, mas sublinhou que, "dependendo das medidas do Governo, a resposta será dada, sempre".

Tiago Oliveira referiu que esta semana de luta foi convocada após uma avaliação da situação política que "fica marcada pela degradação das condições de trabalho" e dos salários, com os trabalhadores a terem mais dificuldade em fazer face ao custo de vida.

Esta análise, disse, revelou também a disponibilidade dos trabalhadores em partirem para a "luta concreta em torno da valorização" dos seus salários e direitos, apontando como exemplo a adesão à jornada de luta convocada pela Frente Comum dos sindicatos da administração pública realizada em 17 de maio e as várias greves setoriais que estão a decorrer ou vão realizar-se nos próximos dias.

Segundo o dirigente sindical, a semana de 20 a 27 de junho será um período em que "os trabalhadores irão assumir" a sua "luta por melhores condições de vida", indicando que ao longo daquela semana está também prevista a realização de tribunas públicas em todos os distritos do país.

A resolução aprovada pelo Conselho Nacional da CGTP sublinha a necessidade de melhores salários, do combate à precariedade, de luta pela manutenção de direitos e por uma efetiva contratação coletiva e contra a desregulação dos horários.

A CGTP defende a subida do salário mínimo nacional para os 1.000 euros este ano, a fixação das 35 horas como limite máximo semanal de trabalho, bem como aumentos salariais de 15% com um mínimo de 150 euros.

Questionado sobre as críticas da corrente sindicalista da Intersindical que em comunicado hoje divulgado afirmou que a resolução do Conselho Nacional foi aprovada sem qualquer proposta sua, pois as várias propostas apresentadas "foram recusadas pelos sindicalistas da Corrente Sindical do PCP", Tiago Oliveira refutou-as, sublinhando que as propostas foram "todas elas trabalhadas" ouvindo o coletivo, que são 147 elementos.

"Quando entramos nesta casa entramos na CGTP, entramos num coletivo", disse, recusando as críticas de colagem ao PCP feitas pela corrente socialista da Inter.

"Somo a CGTP Intersindical nacional, não somos nenhum partido político. Temos dirigentes, temos delegados sindicais em cada empresa e locais de trabalho. É no coletivo que discutimos", sublinhou o dirigente da CGTP.
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20 mai 2024 18h55
O novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa disse esta asegunda-feira, 20 de maio, conhecer os desafios que a instituição enfrenta, depois de a ministra do Trabalho ter reiterado que ele é a melhor escolha perante os "sérios desafios".

A cerimónia de posse de Paulo Duarte Sousa decorreu hoje à tarde, em Lisboa, na presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, tendo o novo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) afirmado que assume as novas funções com "orgulho e sentido de responsabilidade".

"Orgulho porque a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa é uma instituição de inestimável utilidade pública e com missão de trazer bem-estar às pessoas, sobretudo as mais desprotegidas", afirmou.

Por outro lado, disse conhecer os "desafios que a instituição enfrenta", comprometendo-se a honrar o legado histórico e mostrar dedicação aos trabalhadores e às várias equipas.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho frisou que o economista foi a escolha do governo pela "vasta experiencia profissional, mas também com provas dadas na área social".

Nas palavras da ministra, a instituição "inicia um novo ciclo na sua liderança", com uma gestão mais transparente.
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20 mai 2024 16h38
O PS considera que a proposta para o IRS apresentada pelo PSD num texto de substituição que agora deu entrada no Parlamento continua a ser "fiscalmente injusta" e a não beneficiar a classe média, numa postura que considera ser "lamentável" e "em contraciclo com a boa vontade da Comissão [de Orçamento e Finanças] no sentido permitir a continuidade do diálogo". 
O PSD, entendem os deputados socialistas, opta, assim, por "encerrar numa proposta unilateral a discussão que estava a ser feita entre grupos parlamentares", o que "consubstancia uma efetiva deslealdade parlamentar, face ao procedimento definido em comissão", sustenta o PS, num comunicado enviado à comunicação social sobre os projetos de descida do IRS.
Para já, o PSD recusa-se a comentar e a fazer um ponto de situação, remetendo para uma conferência de imprensa marcada para esta terça-feira. 
Para os socialistas, a proposta final agora apresentada em comissão pelos deputados do PSD e do CDS  "continua a privilegiar os 10% de famílias que ganham mais, preferindo reduzir as taxas do 7.º e do 8.º escalão, sem qualquer impacto na classe média, ao invés de reforçar o aumento das taxas nos escalões mais baixos e, assim, permitir que a margem orçamental seja distribuída por um maior número de famílias e sobretudo nas famílias da classe média". 
O PS sublinha que, dada a estrutura progressiva do imposto, "quando diminuímos um ponto a mais no 2.º escalão, estamos a beneficiar o 6.º escalão. Quando diminuímos meio ponto no 7.º escalão, não estamos a beneficiar a classe média".
O PS foi o primeiro a avançar uma proposta de texto comum, no âmbito das negociações em comissão, a que se seguiu uma contraproposta do PSD. Na sexta-feira os socialistas voltaram a apresentar uma nova proposta e esta segunda-feira foi a vez de o PSD e do CDS-PP também o fazerem, mas o problema de base mantém-se, com os socialistas a rejeitarem mexidas nos escalões mais elevados - a partir do 6.º - e o PSD e o CDS-PP a insistirem nisso, num braço-fe-ferro que nem as demais cedências do PSD - ao nível do mínimo de existência, por exemplo - são suficientes para acalmar.
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20 mai 2024 11h09
Portugal tem três universidades nas melhores 50 a nível mundial em termos de formação executiva em programas de inscrição aberta, segundo o ranking Executive Education 2024, publicado pelo Financial Times esta segunda-feira. São elas a Nova School of Business and Economics, a Católica Lisbon School of Business and Economics e, no Porto, a Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

A Nova SBE figura em 41.º lugar, seguida pela Católica em 42.º lugar e a Porto Business School em 44.º lugar. Fora das melhores 50 estão ainda o ISEG em 57º e o ISCTE em 64º lugar.

Já no caso dos programas de formação executiva customizados a Nova SBE está em 13.º lugar, seguida pela Católica em 30.º, o ISEG em 39.º, o ISCTE em 45.º e a Porto Business School em 47º.

De acordo com Filipe Santos, dean da Católica, os "resultados consistentes de liderança mundial na formação executiva resultam da forte aposta no talento dos nossos professores, na inovação pedagógica e adaptação às necessidades das empresas, lançando novos programas em áreas emergentes, como a sustentabilidade, inteligência artificial, inovação e longevidade".

Já José Esteves, dean da Porto Business School, refere, em comunicaddo, que "figurar entre as 50 melhores escolas de formação executiva a nível mundial é um testemunho do compromisso com a excelência".

O ranking é feito com base em diversos indicadores, entre os quais a qualidade e o desenho dos programas, o nível de aprendizagem dos alunos, os métodos e materiais de ensino, a qualidade do corpo docente, a percentagem de participação feminina, as parcerias e a satisfação geral.

O ranking Financial Times Executive Education 2024 analisa escolas de negócio em todo o mundo para identificar as 80 melhores escolas em programas abertos e as 90 melhores em programas customizados.
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20 mai 2024 09h50
Rosário Palma Ramalho vai presidir à Comissão Permanente de Concertação Social, de acordo com um despacho do primeiro-ministro que delega essa competência na ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, publicado esta segunda-feira em Diário da República, com efeitos a 22 de abril.

A decisão não é surpreendente, tendo em conta que é habitual que seja o ministro com a tutela do Trabalho a presidir à CPCS. Com algumas nuances: em 2019 António Costa delegou formalmente a presidência da CPCS na ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, mas a assegurar em "articulação" com o então ministro da Economia, Siza Vieira. Em 2022 isso já não aconteceu.

Da Comissão Permanente serão também membros, além de Rosário Palma Ramalho, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, o ministro da Economia, Pedro Reis, e o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes.

É na comissão permanente da concertação social (CPCS) que o Governo se reúne com duas estruturas sindicais (CGTP e UGT) e com quatro confederações patronais (CAP, CCP, CIP e CTP) com vista a avaliar políticas públicas, especialmente na área do trabalho, tradicionalmente com vista à celebração de acordos.

No primeiro encontro, presidido pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro anunciou que vai cumprir os compromissos do acordo de rendimentos e acrescentou que está disponível para "fazer uma avaliação sobre o grau de execução do que está acordado e sobre a necessidade de poder tomar medidas novas".

O Governo anunciou a criação de dois grupos de trabalho sobre o acordo de rendimentos e sobre o acordo de formação profissional. O primeiro reúne-se esta terça-feira, dia 21 de maio.  

O Executivo tem dito que quer "revisitar" as alterações ao Código do Trabalho que entraram em vigor há um ano, incluindo no que toca à presunção de contrato de trabalho nas plataformas digitais.

Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, o secretário-geral da UGT, Mário Mourão, considerou que há condições para rever em alta a meta do salário mínimo para o próximo ano, chegando aos 890 euros (em vez dos 855 euros que constam do acordo).

O despacho que formaliza a delegação de competências tem efeitos retroativos a 22 de abril.
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20 mai 2024 08h55
Depois de quatro câmaras terem aceitado a transferência de competências na área da saúde, o Governo já pode pedir a Bruxelas para desbloquear os 713 milhões de euros do terceiro cheque do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

De acordo com o Eco, o Executivo concluiu na semana passada as negociações com quatro câmaras municipais, inclundo Ovar, Óbidos, e Alvaiázere, superanto a meta definida, que conta com uma margem de flexibilização de 5%.

O Governo queria solicitar até 11 de junho os 713 milhões que Bruxelas não transferiu por incumprimento das metas e marcos. De acordo com o presidente da câmara de Óbidos, citado pelo jornal, esta semana estará em Portugal uma equipa da Comissão Europeia para verificar o cumprimento dos objetivos.

Os compromissos assumidos no âmbito do PRR exigiam que 201 câmaras não integradas em unidades locais de saúde aceitassem a transferência de competências, havendo uma margem de 5% no cumprimento das metas.
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19 mai 2024 18h00
Comunicar a sustentabilidade, por ser algo ainda relativamente novo, pode levar a estes "enganos", que já mereceram a atenção do Parlamento Europeu, aprovando em janeiro a Diretiva Empowering Consumers for the Green Transition. Quando o tema incide na comunicação e na sua relação com a legislação (nacional e europeia), ninguém melhor para comentar o tema do que Margarida Couto, que acabou em abril de 2024 o seu mandato no GRACE. Isabel Barros, representante da Sonae SGPS, foi eleita para a presidência do GRACE para o mandato 2024-2026. Nesta entrevista, Margarida Couto fala do estado atual da comunicação corporativa da sustentabilidade, sobre o estágio das empresas portuguesas, mas, também do que se está a fazer em termos de legislação europeia e o seu impacto para as várias organizações.   Qual a sua perceção sobre como as empresas veem a sustentabilidade em termos de comunicação? Ainda há muito caminho a percorrer nessa matéria, mas é algo que está a mudar, e a um ritmo cada vez mais acelerado. Durante muito tempo, a sustentabilidade foi vista por muitas empresas como um "nice to have", "uma caixinha de coisas bonitas" e, como tal, a respetiva comunicação era um tanto enviesada, no sentido em que as empresas escolhiam comunicar essencialmente os aspetos positivos e desconsiderar os obstáculos, as dificuldades, os desafios, os insucessos.   A recente diretiva da Comissão Europeia pode ajudar na clarificação de como se deve comunicar a sustentabilidade? Sem dúvida. Tanto mais que não é a única medida legislativa que visa combater o greenwashing. A recente diretiva (Empowering Consumers for the Green Transition, aprovada pelo Parlamento Europeu em janeiro) visa essencialmente assegurar a proteção dos consumidores contra práticas desleais em matéria de transição ecológica. Deste modo, proíbe que, na comunicação com os consumidores, as empresas anunciem os seus produtos ou serviços como sendo "verdes" ou "sustentáveis" ou "amigos do ambiente" de forma genérica, sem informação de base que permita consubstanciar este tipo de "publicidade" (que passa, então, a ser considerada enganosa). Mas está em fase de aprovação mais legislação europeia sobre o tema, em especial a chamada Green Claims Directive, que irá complementar aquela diretiva, criando uma metodologia obrigatória para que as empresas possam usar "rótulos ambientais" ou fazer outro tipo de alegações ambientais.   A diretiva é suficientemente clara e cobre todos os aspetos? O que, eventualmente, ficou de fora? A diretiva é bastante clara e completa, mas foca-se sobretudo na defesa dos direitos do consumidor, no contexto da "Nova Agenda Europeia do Consumidor" lançada em 2020. Aquilo que ficou de fora será, em princípio, coberto pela Green Claims Directive, que está um pouco mais atrasada. Hoje são usados na UE mais de 200 "rótulos ambientais", aos quais não se aplicam regras específicas de fiabilidade. Com a futura diretiva, por exemplo, as alegações ambientais ("green claims") terão de ser objeto de uma verificação, efetuada por um organismo oficialmente acreditado, sob pena de serem proibidas.   Que avaliação faz da diretiva e o seu impacto no mercado nacional? Todas as iniciativas, de fonte legislativa ou de outra natureza, que contribuam para combater o greenwashing e o socialwashing são, do meu ponto de vista, positivas, pois é fundamental conseguirmos criar confiança no mercado em matéria de sustentabilidade. A diretiva terá necessariamente impacto em Portugal, levando nomeadamente as empresas a publicitarem os seus produtos de forma mais responsável.   A implementação da diretiva pode ajudar as empresas na utilização do termo sustentabilidade e evitar a sua desvalorização? Em que medida? Acredito que vai ajudar, sim. Em especial, vai evitar que as empresas que oferecem produtos verdadeiramente sustentáveis fiquem em desvantagem em comparação com as empresas que não o fazem, mas proclamam que o fazem, induzindo em erro os consumidores em particular e o mercado em geral.   Que meios são mais utilizados e quais são os temas/áreas mais discutidos? A nova diretiva cobre temas muito vastos em matéria de direitos dos consumidores, que extravasam em muito o tema do greenwashing. Por exemplo, são impostas novas e importantes regras em matéria de durabilidade e de reparabilidade dos produtos, o que é muito relevante em termos de promoção de uma economia mais circular. Em matéria de greenwashing, o meio utilizado para o combater foi o de o passar a considerar como uma prática comercial desleal e, como tal, proibida. A lista de práticas desleais foi substancialmente alargada, passando a incluir comportamentos que hoje ainda são "correntes". A título de exemplo, vai passar a ser proibido alegar que um produto tem um impacto neutro ou reduzido em termos de emissões de gases com efeito de estufa se isso for conseguido à custa de compensação de emissões/créditos de carbono. Ora, hoje ainda há muitas empresas que o fazem.   Quais são os principais desafios na comunicação da sustentabilidade? As dificuldades têm permanecido inalteradas ao longo do tempo? Os desafios são de vária ordem e nem todos são fáceis de vencer, mesmo para as empresas determinadas em não embarcar em más práticas. Isto porque, muitas vezes, as empresas acabam por entrar no território do greenwashing de forma não intencional, ou pelo menos, não consciente. Comunicar e fazer publicidade não é a mesma coisa, mas há pontos de interseção. O storytelling inerente às campanhas publicitárias facilmente pode resvalar para greenwashing não intencional, por exemplo. Com as novas regras, todos estes temas terão de merecer mais atenção e análises mais finas, o que também é em si mesmo um desafio para muitas empresas, nomeadamente por falta de recursos.   Qual a sua opinião sobre greenwashing e a sua evolução no mercado nacional? O greenwashing é uma prática condenável a todos os títulos, desde logo por minar fortemente a confiança. É uma forma de mentira, ou mesmo de fraude, se for intencional – e, como toda a fraude, deve ser combatido. Não me parece que o mercado nacional se distinga nesta matéria nos demais mercados europeus – acredito que haja muito greenwashing, mas também acredito que nem todo seja intencional. Como se costuma dizer na gíria, há muito "greenwishing", que é, no fundo, um género de "greenwashing bem-intencionado". Mas que, com a nova legislação, deixa de ser tolerável na Europa.   Como avalia a prestação de Portugal e das empresas portuguesas no que concerne à comunicação da sustentabilidade? Diria que são muitas as empresas que ainda estão a dar os primeiros passos na matéria, mas isso é capaz de ser verdade um pouco por toda a Europa. O facto de o relato de sustentabilidade passar a ser obrigatório para todas as empresas que não sejam PME (ao abrigo de uma outra diretiva já em vigor, a CSRD/Corporate Sustainability Reporting Directive) espero que ajude a comunicar melhor, pois as empresas não vão poder comunicar fora do relatório de sustentabilidade coisas diferentes das que comunicam no relatório. A obrigatoriedade do relato de sustentabilidade acabará por impor uma boa disciplina nesta matéria.   Quais as maiores dificuldades sentidas pelas empresas ao comunicar sustentabilidade? Uma das dificuldades decorre de este ser, num certo sentido, um tema novo para a maior parte das empresas. Até há não muito tempo, as empresas podiam escolher não comunicar sustentabilidade. Acredito que hoje isso já não seja uma opção (ou, pelo menos, uma boa opção), pois a sustentabilidade é um fator de competitividade. Além disso, aquilo que separa relatar de comunicar e de publicitar pode não ser ainda claro para muitas empresas. As próprias agências de publicidade/de marketing têm um caminho de aprendizagem para percorrer nesta matéria.   Quais os passos estratégicos e boas-práticas que as empresas deveriam seguir ao comunicar sustentabilidade? Diria que devem começar por definir uma estratégia de comunicação de sustentabilidade, que leve em linha de conta as novas regras aplicáveis e que sirva a própria estratégia de sustentabilidade da empresa. E, claro, aumentar o nível de literacia interna sobre estas matérias que, sendo novas, são incontornáveis e vão exercer cada vez mais pressão no futuro.   Que conselhos daria a uma empresa que equaciona começar a comunicar o que está a fazer em termos de sustentabilidade? Que comece por definir uma estratégia de sustentabilidade. Se a empresa não tiver objetivos claros e não tiver estabelecido medidas para os atingir, dificilmente conseguirá comunicar sustentabilidade não apenas de forma efetiva, como de forma compatível com as crescentes exigências legais na matéria. Recomendaria também que se prestasse muita atenção ao greenwashing, também numa lógica de prevenção de risco – nos últimos anos assistiu-se a uma explosão de litigância nesta matéria. Mas a resposta não é deixar de comunicar – o greenwashing não se combate com "greenhushing", mas com transparência!   Considera que a área da sustentabilidade (e a sua comunicação) deveria ser gerida pela responsabilidade máxima da entidade ou, pelo menos, estar integrada na estratégia da empresa? Sim, é fundamental que as empresas definam um governance de sustentabilidade e, no meu entender, a mudança efetiva só acontece se a responsabilidade máxima for atribuída à gestão de topo. Por outro lado, e como referido, a estratégia de comunicação de sustentabilidade deve integrar a própria estratégia de sustentabilidade da empresa, sob pena de ou não ser efetiva, ou até de causar dissabores.   Na comunicação da sustentabilidade, quem deverá dar a cara pelas ações da empresa? Porquê? No plano mais estrito da comunicação de sustentabilidade propriamente dita, é natural que haja um grande envolvimento de quem lidera os departamentos de comunicação/de marketing. Mas, tendo em atenção que a linha que separa o reporte de sustentabilidade da comunicação de sustentabilidade (e, consequentemente, do marketing) é fina, é muito recomendável que os líderes dos diversos departamentos envolvidos trabalhem em conjunto, idealmente de forma articulada com a gestão de topo e cumprindo as diretrizes que resultarem da estratégia de sustentabilidade que tenha sido definida.   Qual o papel de associações como o GRACE na promoção de boas-práticas na comunicação da sustentabilidade? O GRACE promove a responsabilidade e a sustentabilidade das organizações e o fortalecimento de um movimento global de empresas responsáveis, comprometidas com os princípios da sustentabilidade nas suas diversas dimensões, apoiando os seus associados na sua jornada de sustentabilidade. E prestamos esse apoio de muitas formas, uma das quais é justamente através da disseminação de conhecimento em todo o tipo de matérias de sustentabilidade incluindo, naturalmente, o da comunicação. Ainda em fevereiro passado, por exemplo, organizámos um webinar sobre a nova diretiva e os seus impactos, justamente para aumentar o nível de literacia na matéria. Por outro lado, ativamos o trabalho colaborativo em rede entre os nossos associados, partilhando boas-práticas. Ora, não há melhor forma de as empresas aprenderem do que umas com as outras, é muito poderoso!
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19 mai 2024 16h43
António Garcia Pereira - advogado, professor universitário, autor e ativista cívico - é o vencedor deste ano do Prémio Nelson Mandela, atribuído pela associação ProPública – Direito e Cidadania. A distinção acontece no Dia do Advogado, como forma de homenagear "o Homem e o profissional que ao longo de quase meio século esteve sempre na primeira linha da defesa da honra e dignidade da Advocacia", afirma a ProPública, em comunicado.

A associação descreve Garcia Pereira, que é advogado desde 1977, como "uma voz corajosa e firme em defesa da Advocacia, do bem comum e dos direitos dos cidadãos, mesmo quando estes têm posições políticas, sociais ou desportivas contrárias às suas".

A ProPública sublinha a importância do prémio - que já foi atribuído a nomes como Francisco Teixeira da Mota (2021), Leonor Caldeira (2022) e Maria Clotilde Almeida e Paula Penha Gonçalves (2023) - numa altura em que os advogados são "confrontados com um ataque sem precedente aos seus direitos, garantias e imunidades".

"A igualdade de armas com o Ministério Público é cada vez mais ilusória, depois das recentes alterações ao Estatuto da Ordem dos Advogados. Por outro lado, na área do acesso aos serviços públicos e da administração da justiça é patente a deterioração dos direitos dos cidadãos, especialmente dos mais frágeis e vulneráveis", pode ler-se no comunicado.

O prémio de 10 mil euros vai ser entregue no dia 18 de julho, Dia Internacional Nelson Mandela e que celebra a data do seu nascimento.
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19 mai 2024 15h14
Um helicóptero que transportava o Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, esteve este domingo, 19 de maio, envolvido num acidente no norte do país, segundo a imprensa local, que refere que o aparelho se terá despenhado.

"Segundo informações não confirmadas, o helicóptero que transportava o Presidente (...) despenhou-se na província do Azerbaijão Oriental", afirmou a televisão estatal, acrescentando decorrem operações para o localizar em condições meteorológicas adversas, com o registo de chuvas fortes e algum vento.

Citada pelas agências noticiosas internacionais, a televisão estatal avançou que o incidente ocorreu perto de Jolfa, uma cidade na fronteira com o Azerbaijão, cerca de 600 quilómetros a noroeste da capital iraniana, Teerão.

Raisi tinha estado no Azerbaijão no início de domingo para inaugurar uma barragem com o homólogo azeri, Ilham Aliyev, naquela que é a terceira barragem construída pelos dois países no rio Aras.

O Irão possui uma variedade de helicópteros no país, mas as sanções internacionais dificultam a obtenção de peças para os mesmos. A sua frota aérea militar também remonta, em grande parte, ao período anterior à Revolução Islâmica de 1979. Raisi, de 63 anos, é um homem de linha dura que anteriormente dirigiu o poder judicial do país e é caracterizado como um protegido e possível sucessor do líder supremo do Irão, o aiatola Ali Khamenei.

Raisi venceu as eleições presidenciais iranianas de 2021, uma votação que registou a taxa de participação mais baixa da história da República Islâmica.
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